Postado em frente à banca de
jornal, apreciando as manchetes, sou chamado à realidade pela exclamação irada
de um senhor de meia idade com olhar fixo na notícia dos 6 X 5 no STF: “Quem
protege bandido, bandido é!”.
O resultado é meia-surpresa,
não inteira porque, de fato, veio de encontro ao interesse da maioria do Povo
brasileiro já saturado com a corrupção e seus feitores. Estes corruptos serão,
amplamente, beneficiados pela novidade jurídica a nós, pobres mortais, imposta
pela nossa Alta Corte de Justiça.
O que representa tudo isso
afinal?
A salvação de muitos
criminosos é, simultaneamente, a desgraça de uma multidão de revoltados
cidadãos atingidos por seus delitos. Sou, obrigatoriamente, levado a cogitar do
crime perpetrado contra a Moral do País já de muitas décadas vilipendiada por
corruptos com colarinhos de todos os matizes a partir do branco. Fica-nos uma
sensação robusta de que vivemos um dos últimos capítulos de uma grosseira
chanchada elaborada por artistas cretinos e mal-intencionados, buscando
finalizar com a soltura daqueles que nos roubaram valores de toda ordem, além
de nosso futuro como Nação.
Precipitado e ingenuamente,
poder-se-ia, interpretar a decisão do STF como constitucional. Entretanto, o
que se infere como corolário da decisão é o final de um maquiavélico processo
que foi urdido para alguns e não, como seria uma norma geral desejada, para o
universo daqueles que vivem nesta “Terra de Santa Cruz”.
Além do que, se sabe que a
“sentença” emanada vem após jurisprudência criada, de há muito, por juízes
outros da mesma Corte. Isso, sem falar em membro de hoje, que “adotou” um novo
entendimento, pasmem, agora, diametralmente, contrário ao seu pensamento
precedente.
Entendo agora a ira do meu
companheiro matinal de banca de jornal.
É justa a raiva...ou será
que a motivação, embutida no resultado de ontem, era outra que a inteligência
de simples mortal não alcança?
Pobre Brasil de interesses
diversos, talvez escusos!