21 maio 2006

CATEDRAL


Brilhante a imagem se cristaliza, afinal.
Teu corpo é a catedral
onde confesso os meus pecados.
Que paz me invade ao penetrar,
em desespero, tua nave,
na busca certa do reconforto,
ao encontro convicto da essência da vida!
Teu corpo é, de fato, minha catedral,
com suas linhas delgadas e suaves,
com seu frescor e contrastante fervor d’alma.
E como a um templo, o venero,
sentindo o leve odor de teus humores
e a tépida umidade de teu interior.

Teu corpo, minha catedral...
... e uma necessidade imensa e constante
de professar minha fé.

10 maio 2006

Crise da Bolívia

A questão boliviana (e não do gás boliviano) é mais complexa do que parece.Obviamente, para se analisar com alguma isenção, temos que usar de muita empatia, colocando-nos no lugar do Morales, dos bolivianos como um todo e , principal, além de perigosa e necessariamente, no do Hugo Chaves, que me parece uma mistura de Saddan, Bush, Menen, Collor, Fidel e outras "cositas más", para não citar "líderes" mais próximos. Politica e estrategicamente, à luz do que estudei, a decisão foi errada da parte do Morales, pois deixou de levar em conta uma gama muito grande de possíveis conseqüências a serem implementadas pelos países afetados, invariavelmente com mais poder em diversos campos do que a Bolívia. Conheço a Bolívia e alguma coisa de sua problemática e sei que precisa e merece sair do estado de pobreza em que vive sua população. Historicamente, ela perdeu sempre riquezas e territórios para todos os vizinhos, sendo o último o Paraguai na época da Guerra do Chaco no recente século passado. É um país interior, forçado por essas perdas que a levaram a deixar de ser litorânea e o segundo maior país sul-americano e, pior, criando diversas "áreas de fricção" com esses vizinhos. Estrategicamente é muito importante no contexto sul-americano, pois se constitui, assim como a Suíça na Europa, na chamada "placa rotatória interior", de valor incalculável em geopolítica, porque pode influir na maioria das rotas Norte/Sul e Leste/Oeste do continente. Isso sim eles tem que saber explorar, para poder usar suas riquezas no seu desenvolvimento. Têm que fazer os vizinhos virem a eles e não agredi-los de qualquer e inconseqüente forma. É óbvio, também, o interesse do megalomaníaco Hugo Chaves no evento. Suas atitudes recentes são coerentes com a intromissão na crise do gás. Com ele, sim, temos que nos preocupar, bastando traçar seu perfil ao olhar sua biografia. O contexto político-econômico do mundo atual, que deixou o eixo socialismo/capitalismo para mergulhar no de ricos/pobres, está emoldurado por vetores, antes inexistentes, mas altamentes influentes: bio-diversidade, responsabilidade social, salvação do meio ambiente, preocupação com a qualidade de vida dos menos favorecidos (pois discobriram, finalmente, que o mundo é uma coisa só e a interação é geral, com uns afetando, positiva ou negativamente os demais), terrorismo, fundamentalismo, etc. Em conseqüência, aqueles que pretendem ser "líderes" dos grupos de interesses regionais tem que estar antenados, permanentementes, nestes vetores e avaliando as conseqüências de seus atos. Não há espaço para manipulações e quixotismos como vemos da parte de alguns, entre os quais, Hugo Chaves, Morales, não querendo, ainda uma vez, citar outros próximos. É lógico que essas atitudes acabam por trazer, em algum momento reflexos danosos para as populações dirigidas por esses. Vide Iraque, Cuba e, até mesmo, Estados Unidos. Na verdade vivemos um momento de intensa luta econômica, onde quem, de fato, exerce o poder é o capital internacional e não qualquer país especificamente. Se nos detivermos em considerar que o capital internacional é supra-nacional e, portanto, insensível a motivações afetivas/emocionais, vamos ver que a superação dos obstáculos se torna muito mais difícil. O momento do mundo é de união para vencer. O cenário é propício para as coligações de países, mas dirigidos por verdadeiros líderes. A União Européia saiu na frente e levou muito tempo para ser concretizada. As atitudes nacionais isoladas têm que ser muito bem medidas, pois além das pressões internas os dirigentes, por certo, sofrerão as externas, normalmente, mais potentes, cheias de interesses e muitas das vezes, inescrupulosas. Ontem, assisti, o debate do Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, no Senado, e notei que tanto governo, como, oposição, estão, mesquinhamente, tentando tirar proveito político interno, sem avaliar, devidamente o lado externo da questão, onde além do Morales, aparece o Chaves, por enquanto; existindo o perigo da coisa tomar vulto e tornar-se mais complicada para o Brasil do que está. Para terminar opinando, embora o considere um líder contestável, acho que atitude plausível no momento, tangencia o "endurecer com ternura", enunciado pelo produto de mídia, Guevara.

QUE PAÍS É ESSE?

 PASSATEMPO

Afastado daquele mundo aflito, no aconchego do abraço bem-amado, dor aflora cruel, quando medito, transformando-me efêmero aloucado. Que ter...