De fato, a constatação de
que o ser humano, de maneira geral, colocou o ganhar dinheiro como seu
principal valor, é fácil!
Basta aleatoriamente,
observarmos as manchetes diárias de qualquer noticiário em qualquer mídia.
Hoje, por exemplo, assisti
no telejornal matinal: batalha entre polícia e traficantes em favela;
indenização de jogadores mortos em incêndio; passageiros sem ônibus para ir ao
trabalho; diminuição no preço do pedágio cobrado erradamente...
Senão vejamos!
A luta diária (e inglória) da
Polícia contra traficantes, nada mais é que a luta da sociedade contra o
dinheiro sujo e fácil da escravização de milhares de pessoas pelas drogas,
rendendo dividendos para um sem número de outras, sabe-se lá quem, que sem
qualquer escrúpulo só pensa em enriquecer, mesmo à custa da vida de outros
seres humanos. Não é o escopo aqui analisar de quem se trata, o que,
fatalmente, eriçaria nossos cabelos.
A questão das indenizações
pela morte dos jovens jogadores de futebol no Rio está difusa pela quantidade
de erros perpetrados. Começa pelos do Clube, que mesmo como divulgou a mídia
detinha um dos, senão o melhor, centro de treinamentos de futebol do País (imagino
os demais), mas que permitiu uma enorme fila de coisas que levaram à tragédia.
Acontecido e iniciada a guerra das indenizações, principiamos a questionar o
quão moral é a insana busca de enriquecimento das famílias e, principalmente, a
sanha dos advogados de se locupletarem, muito provavelmente, sem qualquer
lembrança dos jovens e se limitando ao “negócio” em andamento. Essa questão de
indenizações dos que se foram, beneficiando os que ficam é, por vezes, de dar embrulho
no estômago! Quanto vale uma vida, se o dono real não será ressarcido pela
perda?
O eterno problema dos meios
de transporte e seus obcecados proprietários só visando lucro estão presentes
na vida diária de qualquer metrópole. No momento em que o Estado, dentro de sua
missão clássica de regular a relação população X concessionárias, entra em ação,
a situação se conturba mercê de fatores espúrios tais como propinas,
ineficiência operacional, vista grossa aos deslizes das empresas, e aí vai um
rosário de erros indevidos, mas hoje comuns, também sem escolher a praça. Só
restando à sociedade arcar com as consequências não previstas no
estabelecimento da concessão.
Quando assistimos,
surpresos, incrédulos e boquiabertos, a determinação de revisão para menos de alguns preços de pedágio,
de pronto sabemos que a situação se prende à inescrupulosa ganância da
concessionária, com certeza de há muito tempo, na convicção que o conseguido a mais não será
nunca ressarcido aos usuários, nem tão pouco equivalente a qualquer multa atribuída
a si, redundando em lucro indevido, mas saudável às suas finanças.
Essas colocações aqui
expostas, nada mais são que manchetes jornalísticas de uma manhã qualquer, mas
denotam, infelizmente, para onde caminha a humanidade, pois, nos mais variados
setores de atividades humanas, estão presentes situações similares. O homem, ao
trocar (induzido ou não) o ser pelo ter apodreceu a sua capacidade de medir o
passo a dar para o futuro e ver a verdadeira razão da vida entre os seus pares.
Onde chegaremos, não
sabemos!
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